segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

ALTÔNIA ABAIXO DE ZERO

A pequena e linda Laila, na noite do evento


Dando prosseguimento ao meu árduo programa de treinamento para um futuro Campeonato Mundial de Correrias (rrsrsrs), bati, na última terça – feira (26/11), o meu mais novo recorde. Em menos de duas horas, numa súbita e feliz inspiração, fiz todos os preparativos e decidi encarar os quase 1000 km que separam a pequena cidade de Altônia, no oeste do Paraná, da Ilha de Santa Catarina, onde moro, para a viagem mais alucinante dos últimos tempos. Eu havia recebido, naquela manhã, um novo e irrecusável convite para prestigiar o lançamento do Selo do Colégio Estadual Lúcia Alves de Oliveira Shoffen, evento que coroaria um projeto educacional admirável e no qual seria encenada, em Libras, uma história do meu livro Manual Bem-Humorado dos Privilegiados Auditivos. O convite viera através de um e-mail da professora Geralda, a idealizadora do projeto. Docente de matemática nesta escola, ela decidira quebrar paradigmas para ensinar, aos seus alunos da sexta série ‘A’, os números negativos – uma matéria até então inédita para eles – de um jeito novo, simples e genial. Imaginando uma forma mais lúdica e interessante de mergulhar seus alunos naquele mundo de algarismos e possibilidades novas, ela decidiu associar esta parte fascinante da matemática aos números envolvidos nas conquistas de Amyr Klink e Waldemar Niclevicz, que em suas incursões pelo planeta acabam se defrontando com temperaturas abaixo de zero. Uma forma excelente de fazer os alunos conhecerem não só esta parte fascinante da matemática, como também a vida destes dois brasileiros de renome mundial. Pois foi exatamente ao trocar correspondência com o grande alpinista paranaense que a professora ficou conhecendo o meu livro. Após travar conhecimento com uma das alunas da professora Geralda, Débora, e saber que esta tinha surdez, o Waldemar perguntou se elas conheciam um tal de Manual Bem Humorado dos Privilegiados Auditivos...(Como o meu livro chegou nas mãos dele, é uma outra história!). Não conheciam, mas acharam pela internet e mandaram buscar. Cativadas pela A Bela História do Sapinho, tiveram a idéia de convidaram a outra aluna surda, chamada Tayline, para, em Libras, interpretarem a história no evento. E foi assim que recebi o e-mail e embarquei no primeiro vôo para aquele pontinho distante no mapa do Paraná.
A viagem foi fascinante; daria um livro, e de fato já escrevi algumas páginas daqueles três dias maravilhosos. Mas, para não me alongar muito, sou obrigado a resumir tudo aquilo. Me emociono só de lembrar: recebido pela querida professora Dirlene e por toda a turma da sexta série ‘A’ na rodoviária... Sendo apresentado a todos os professores e alunos do colégio... Vendo o meu livro ser interpretado na noite do lançamento do Selo... Dando boas risadas com o Rubens e a Prof. Geralda, que me acolheram em sua casa como se fosse da família... Assinando o meu livro de presente - a pedido da própria mãe - para a Manuela, um bebê de poucos meses que peguei no colo... Comendo melancia e conversando com os alunos de uma escola rural perdida no interior do Paraná... Vendo as aves selvagens num passeio de barco no Parque Nacional da Ilha Grande... Tomando sorvete e conversando em linguagem de sinais com as simpáticas Débora, Tayline e a pequena Laila, que ficaram comigo todo o tempo que estive na cidade... Sendo recebido pelo prefeito Amarildo... E afinal me despedindo, com lágrimas nos olhos, daquelas pessoas tão amadas. Não tenho dúvidas de que voltarei lá novamente. E, se depender de mim, muitas e muitas vezes. Muito obrigado, Altônia! E que Deus abençoe suas futuras escaladas, grande Waldemar!

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